sábado, 8 de julho de 2023

FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

 



FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Temos presenciado grandes transformações na sociedade como um todo. No que se refere ao campo da educação, mais especificamente a Educação Especial, há um progresso visível de identificação dos diferentes transtornos e a busca de métodos para serem trabalhados na escola num processo de intervenção para incluir o aluno cujo desenvolvimento tenha sido alterado. 

...
Todos os seguimentos da sociedade – comunidade científica, família, comunidade escolar etc. – estão unindo os esforços para que a escola seja transformada em um local de inclusão, aberto, flexível, eficiente, democrático; um espaço no qual o aluno se sinta amado, aceito, compreendido e respeitado e, assim, tenha acesso a educação como uma alternativa de contribuição dos seres humanos. 
A Educação não é homogeneização que se converte em uma ameaça para a civilização, senão alternativa aberta em todas suas formas possíveis, que se traduza em variedade sem fim de atitudes humanas. (MART, 2006)
Urge considerar também a formação inicial e continuada do professor que atua no ensino inclusivo, como aqueles que vão contribuir para que o aluno, através do conhecimento construído, descubra, decifra e reinvente o mundo que o cerca.
...
Os professores que atendem na Educação Infantil e na Educação Especial são formados em Normal Superior ou Pedagogia bem como na formação continuada. O professor deparar-se-á com problemas como a construção da sua identidade, diferentes ideias de formação, a relação entre a teoria e a prática de sala de aula, formação continuada etc. Tal formação não tem preparado os profissionais para a inclusão, reconhecendo e valorizando as diferenças.
....
A formação continuada é um leque que se abre cada dia. Torna-se necessário, portanto, buscar formas diferentes para que inspirados nos projetos que visam uma educação de qualidade para todos, à formação inicial dos educadores eliminaria, em grande parte, as reações negativas dos professores do ensino regular, diante dos alunos com deficiência.
"Quanto à formação continuada, os professores garantiriam um espaço para discutir e trocar experiências; atualizar conhecimentos; dirimir dúvidas; esclarecer situações de sala de aula; e cooperativa e coletivamente delinear teorias próprias para explicar como ensinar e como as crianças aprendem em suas escolas''. (MANTOAN, 2006, p. 39)
 A atuação do professor da Educação Infantil constitui-se um dos fatores mais importantes na inclusão escolar. Daí entendemos que sua formação tem a ver com uma postura crítica diante de uma sociedade de alunos diferentes; portanto, temos que pensar que tipo de professor temos de formar frente às exigências da sociedade.
A formação é uma atividade de aperfeiçoamento integral dos professores, que se reproduz em uma reflexão profunda sobre a prática, se desenvolve no diálogo permanente com os colegas e se fortalece na comparação e melhoria contínua da ação de ensino, inovando o currículo de forma mais relevante para os estudantes, e para a comunidade educativa em seu conjunto. (MEDINA, 1995, p. 147)
 O professor da Educação Inclusiva é um profissional que atua com diversos alunos, focado numa educação de qualidade, um trabalho em equipe, assumindo uma postura ética, repensando sua prática social e estabelecendo vínculos com toda a comunidade escolar.

A construção da competência do professor para responder com qualidade às necessidades educacionais especiais de seus alunos um uma escola inclusiva, pela mediação da ética, responde à necessidade social e histórica de superação das práticas pedagógicas que discriminem, segregam e excluem, e, ao mesmo tempo, configura, na ação educativa, o vetor de transformação social para a equidade, a solidariedade, a cidadania. (XAVIER, 2002, p. 19)
Diante das mudanças pelas quais a nossa sociedade passa, é necessário adequar o nosso perfil a tais mudanças exercendo uma das suas funções que é transmitir os saberes éticos. Nossa responsabilidade na educação em valores dos alunos é essencial, por isso a própria formação em valores deve ser entendida desde todas as suas dimensões.
 ....
Na sua formação inicial, o professor precisa receber um currículo que trate de todos os aspectos do profissional que atua com a diversidade e com a inclusão construindo, assim, uma postura ética que contribua para a formação do homem em sua prática social. Um profissional capaz de responder às exigências de uma sociedade em constante transformações. 
...
A formação do professor é contínua e permanente, numa busca de estratégias, compreendendo a relação teoria e prática, troca de experiências e elaborar novos projetos e intervenções pedagógicas, análise de dados de inclusão que resultem em um trabalho conjunto.

A formação permanente do docente deve orientar-se a uma nova cultura profissional, a qual assume um conceito de professores pesquisadores, superando o papel de reprodutor e fornecendo propostas de melhoria profissional, mediante a reflexão sobre a prática. (MANTOAN, 2006, p. 66)
 
Os educadores que atuam na Educação Infantil, não podem esquecer que os alunos com necessidades especiais são os sujeitos que tem direitos ao processo de inclusão escolar, de conquistar a autonomia e melhor enquanto pessoas. Entendemos que a inclusão se constitui num processo que se move no terreno das concepções básicas e das atitudes ou disposições, diante de uma resposta educativa esperada pela diversidade, e não só no terreno das ações determinadas e concretas. (SANCHEZ, 2011, p. 90) 
...
Para que a educação seja de fato inclusiva, a escola deve buscar a negociação permanente com os pais e também com os recursos humanos da escola, para que todos participem do processo de inclusão, oferecendo suporte, adaptações, modificações e avaliações neste processo. 
...
O professor é o elemento de grande importância na implementação da Educação Inclusiva no contexto da Educação Infantil, ou seja, aquele que vai envolver com a atenção à adversidade, precisa: refletir sobre o processo da Educação Especial de inclusão na Educação Infantil; refletir sobre os desafios que estão diante da diversidade; compreender a inclusão social e educativa como um papel de toda a coletividade; e indagar sobre a importância da sua formação permanente, centralizada na inclusão e baseada na qualidade de vida e na participação dos portadores de necessidades especiais, em resposta ao processo de atenção à diversidade.

 Referências 

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEE SP, 2001;

Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994 (livro 1); 

COLELLO, S. M. G. Alfabetização em questão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004;

GONZÁLEZ, José Antônio Tores. Educação e diversidade: bases didáticas e organizativas. Porto Alegre: Artmed, 2001;

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006;

MENDES, Enicéia Gonçalves. Desafios atuais na formação do professor de educação especial. In: Revista Integração. Brasília: Ministério da Educação/Secretária de Educação Especial, ano 14, nº 24, 2002;

MOSQUERA, Juan José Mourinho. Educação Especial em direção à educação inclusiva. 3. Ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006; 

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORPE, 1994;e

XAVIER, Alexandre Guedes Pereira. Ética, técnica e política: a competência docente na proposta inclusiva. In: Revista Integração, ano 14 nº 24. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Especial, 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

HÁ ALGO NOVO PARA SER VIVIDO

  HÁ ALGO NOVO PARA SER VIVIDO Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para is...