quinta-feira, 6 de julho de 2023

EDUCAÇÃO E CIDADANIA

 


EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Diretos civis são direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei. Direitos políticos referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade. Os direitos sociais garantem a participação na riqueza coletiva. (Carvalho, José de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 9-10). Logo entendemos que não a exercemos e que instituição desses direitos não ocorreu da mesma maneira. A nossa história é marcada por lutas, perdas, conquistas, liberdade, opressão e exploração. O nosso anseio é pela conquista e perseverança da nossa dignidade.

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Queremos que o poder dos nossos líderes políticos seja limitado, que tenhamos o direito de nos defender desses líderes e do próprio Estado; que eles inspirem confiança e assim tenham o nosso respeito.

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Queremos a nossa igualdade perante a lei; que nossos interesses sejam comuns, reconhecidos, respeitados e difundidos pelo Estado. Ansiamos não apenas por nascer livres, mas também sermos livres e iguais em direitos.

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Continuaremos lutando pela liberdade de pensamento, imprensa, expressão e culto, sendo respeitados como seres livres com direito de falarmos o que pensamos e sermos acolhidos com igualdade. Que essa liberdade de expressão seja usada com sabedoria e moderação.

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Ansiamos pelo direito ao trabalho decente, ou seja, "um trabalho produtivo e adequadamente renumerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de nos garantir uma vida digna'' (OIT: Organização Internacional do Trabalho). Que o trabalho seja de fato um instrumento de emancipação contínua de homens e mulheres.

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Queremos que os imigrantes vivam com alguma proteção legal e sejam reconhecidos tanto nos países de origem como pelos países que o recebem. Que os nossos políticos se coloquem a favor da causa deles e que haja grupos organizados na defesa dos seus direitos, oferecendo alternativas de rompimento da imposição do capitalismo, pois os imigrantes são os "cidadãos do mundo".

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Ansiamos que as mídias contribuam de fato para a efetivação dos nossos direitos, possibilitando a democratização do acesso aos meios de comunicação disponíveis. Que as mídias sejam espaços essenciais para a interação de grupos políticos e sociais de diferentes partes do espaço compartilhando nossas lutas e conquistas.

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Ansiamos por justiça, seja por motivos cotidianos quanto à vida coletiva, pois vivemos em sociedade de direitos. Ansiamos o direito a justiça, sem o qual a concretização da cidadania será impossibilitada.

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Estamos indignados em cumprir nossas responsabilidades sociais, esperando o bom funcionamento da sociedade que deveria acontecer.

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Ansiamos para que sejam identificadas e resolvidas os vários impasses e desafios da cidadania plena que são, entre vários, as questões de corrupção interna, uso privados da máquina do Estado, violências policiais, formas organizadas de criminalidade e violência, tráfico e comercio ilegal de drogas, assaltos a banco, sequestros e abusos de pessoas, narcotráfico, lavagem de dinheiro, fraudes bancárias, corrupção de autoridades e governantes, mercados ilegais e mercado político, campanhas políticas, fechamento cultural, perseguições, torturas, censuras e execuções, ataques físicos e morais, intervenções arbitrárias e imperecíveis, violência doméstica contra mulheres e crianças, racismo e racismo silencioso, apartheid social, tráfico de pessoas, etc. Queremos planos de ação que envolvam práticas de policiamento repressivos e preventivos, técnicas de investigação policial, formas de recrutamento e formação de profissionais. "Não queremos ser reféns da violência, mas ter um mínimo de previsibilidade em nossa vida".

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Queremos defesa à diversidade cultural, linguística, sexual e religiosa, aos indígenas, aos ribeirinhos, aos caboclos do interior, à mulher, ao homem, aos moradores de periferias, aos sem-terra, aos imigrantes. Não queremos ser políticos ou servidores que se beneficiam ilicitamente dos meios da administração pública, bem como furar fila ou recorrer a um pistolão bem-posto numa repartição qualquer. Queremos ser agentes de mudanças, reduzindo os níveis de exclusão social e econômica e suas respectivas consequências.

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A educação pode ser um meio efetivo para a construção de uma sociedade pautada no respeito e aceitação à diversidade, da aprendizagem por meio da cooperação e atendimento às necessidades específicas, reconhecendo os direitos universais e das liberdades fundamentais dos seres humanos. E a escola pode ser o espaço democrático destinado a todos; um elemento de superação de diferenças socais e construção da cidadania. E por que não investir na educação? Por que não equipar a escola? E por que não tratar o professor como tal? Ansiamos por uma sociedade justa e igualitária, na qual todos nós possamos ter uma vida digna de um ser humano.

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