sábado, 8 de julho de 2023

A CULTURA DE PAZ, A SAÚDE MENTAL DOS ALUNOS E O COMBATE À VIOLÊNCIA

 



A cultura de paz, a saúde mental dos alunos e o combate à violência

Primeiro, é oportuno definir o que de fato configura uma cultura de paz. Em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou um movimento global voltado a esse tema. De acordo com o calendário da organização, o ano 2000 deveria ser reconhecido como “Ano Internacional da Cultura de Paz” e a década conseguinte, a terminar em 2010, ficaria conhecida como “Década Internacional para uma Cultura de Paz e não violência para as crianças do mundo”.

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Nesse contexto, a cultura de paz pode ser representada por um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida de pessoas, grupos ou nações baseadas no respeito pleno à vida, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais.

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A cultura de paz compreende uma forma de ação e posicionamento, pautada na prática da não violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação. Trata-se de um tema de extrema relevância na promoção da saúde mental dos alunos, na prevenção ao bullying e no combate à violência e à intolerância nas escolas.

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Alvo de muitos estudos e discussões, a violência nas escolas é um tema complexo e merece um olhar atencioso e responsável. Há diversos tipos de violências produzidas no cotidiano da escola, como as interpessoais, as físicas, as psicológicas e por discriminações e preconceitos de todo tipo, desdobrando-se, entre outros, na prática do bullying.

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A palavra bullying origina-se do termo inglês bully, que designa o “valentão”, aquele que busca o poder e a dominação por meio de práticas de intimidação e violência. É a soma diária e repetida de ações violentas (físicas e emocionais), de intimidação, exclusão e humilhação que visam desestabilizar e isolar a vítima.

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É imprescindível à instituição de ensino elaborar programas de combate às práticas de violência na escola e orientar professores e comunidade escolar para prevenir determinadas práticas e saber lidar com as vítimas do bullying.

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Por meio de reflexões e sensibilizações sobre processos estruturais, coletivos e individuais, podemos criar condições para resolver conflitos. Dentro das diferentes habilidades socioemocionais, a empatia e a cooperação surgem como valores diretamente ligados ao respeito. Indiscutivelmente, por meio do exercício da empatia, do diálogo, da resolução de conflitos e da cooperação, conseguimos promover o respeito ao próximo.

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A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) sugere as seguintes estratégias de promoção das habilidades socioemocionais e de combate à violência:

• promover o diálogo entre os alunos e desenvolver uma escuta atenciosa e humanizada às demandas e sugestões;

• incentivar os alunos a buscar ajuda e a denunciar, mesmo que anonimamente, casos de violência e bullying;

• acolher e valorizar as iniciativas dos alunos em relação ao combate ao bullying;

• encorajar lideranças positivas entre os alunos;

• interceder diretamente no caso de situações de bullying e violência.

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Ao inserirmos no contexto escolar a promoção das habilidades socioemocionais, produzimos condições indispensáveis para a criação de um ambiente saudável na qual a prática do bullying nas instituições educacionais é efetivamente combatida e a cultura de paz pode  ser desenvolvida, colaborando também com a saúde mental dos alunos.

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Nesse sentido, o conhecimento histórico pode fornecer condições para combater a discriminação e a intolerância, bem como o bullying, ao promover a compreensão da diversidade, seja ela qual for (classe, nacionalidade, religião, etnia, geração, gênero etc.), no passado ou no presente.

Fonte: Adriana Machado Dias, Keila Grinberg e Marco Pellegrin

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